Aumento de deputados, um retrocesso disfarçado de necessidade

O Senado Federal aprovou o aumento do número de deputados federais de 513 para 531, sob a justificativa de redistribuir as cadeiras conforme o Censo de 2022. No entanto, essa decisão levanta sérias questões sobre gastos públicos, eficiência legislativa e prioridades nacionais.

Embora o relator do projeto afirme que não haverá impacto financeiro, um levantamento aponta que a medida pode gerar um custo adicional de R$ 140 milhões anuais, considerando o efeito cascata que criará 30 novas vagas de deputados estaduais. Em um país onde serviços essenciais como saúde, educação e segurança enfrentam cortes e precarização, é inaceitável que o Congresso priorize a própria expansão em vez de resolver problemas reais da população.
O STF determinou apenas a revisão da distribuição de cadeiras, não o aumento do número de parlamentares. No entanto, em vez de ajustar a representação conforme o crescimento populacional, o Congresso optou por criar mais vagas para evitar perdas. Essa estratégia revela o jeitinho brasileiro de sempre: quando uma solução justa poderia ser aplicada, escolhe-se o caminho que beneficia a classe política sem qualquer preocupação com a eficiência do sistema.
O Brasil enfrenta desafios urgentes, como desemprego, inflação e crise na saúde pública, mas o Congresso parece mais preocupado em garantir mais cadeiras e privilégios. O aumento de deputados não melhora a representatividade, apenas infla a máquina pública, tornando-a ainda mais cara e ineficiente.
Pesquisas indicam que 76% dos brasileiros são contra o aumento. A decisão do Senado ignora completamente a opinião pública e reforça a desconexão entre políticos e cidadãos. Se o objetivo fosse realmente melhorar a representatividade, o Congresso deveria focar em transparência, eficiência e redução de gastos, não em multiplicar cadeiras e despesas.
O aumento do número de deputados é um retrocesso disfarçado de necessidade. Em vez de corrigir distorções na distribuição de cadeiras, o Congresso optou por expandir sua estrutura, gerando mais custos para os cofres públicos. A população não precisa de mais políticos, mas sim de políticos melhores, comprometidos com a gestão eficiente e o bem-estar social.

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